segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amigos imaginários, ou não

Sentia frio, estamos no outono.
Aos poucos, sem querer, meus pensamentos me levaram pra minha infância.
Tenho 20 anos, isso pra mim é muito longe.
Bah cara, lembrei dos meus amigos imaginários.
Isso é muito louco. Chamavam-se Aqui e Agora.
O Aqui, era quem me dava a localização de tudo, me ajudava a subir em árvores, andar de bicicleta, saltar buracos, achar um esconderijo.
Com ele, eu me sentia dono do mundo.
Não existia nenhum lugar, além do exato lugar em que eu estava.
O Agora, era um guri do tempo.
Ele me ajudava a sentir tudo, em cada minuto que nos encontrávamos juntos.
Com ele, não interessava quanto tempo havia passado, ou quanto faltava passar, mas, e somente a intensidade.
Éramos unha e carne.
Até que fui crescendo, perdendo o contato com eles.
Foram me apresentando outros amigos, desta vez reais, o Passado e o Futuro.
Não consegui mais viver sem eles.
Se por um momento esqueço deles, caio num vazio que dá medo, perco o chão.
O frio continuava.
Ouvi um som que vinha de muito longe.
Não conseguia identificá-lo. Foi ficando mais forte, mais forte...
Acordei.
Era meu celular tocando. Não deu tempo de atender.
Puxei meu edredom e vi que perdi a hora.
Deitei pra dar um cochilo depois do almoço, e ferrei no sono.
Tinham várias mensagens recebidas, ligações perdidas.
Vou responder todas rapidamente, antes de sair correndo para o trabalho.
Que sonho louco meu!
Parecia real!!

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